20% do orçamento destinado à distribuição de medicamentos com desconto de até 90% foram retirados.

Goianésia - O recente anúncio de cortes de verbas nas áreas da saúde e educação pelo Governo Federal tem gerado preocupações entre pesquisadores e pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Na área da saúde, o programa Farmácia Popular foi particularmente afetado, com um corte de R$107 milhões, o que representa 20% do orçamento destinado à distribuição de medicamentos com desconto de até 90%.

A presidente do Conselho Regional de Farmácia de Goiás, Lorena Baía, explica que, apesar do corte, não haverá impacto imediato na dispensa de medicamentos gratuitos e com desconto. Ela reforça que o programa tem uma grande importância para o orçamento de famílias de baixa renda. “A Farmácia Popular do Brasil conta com a distribuição das fraldas geriátricas e de absorventes, que foi uma alternativa proposta para o combate da pobreza menstrual. A farmácia tem um elenco amplo que acaba impactando no orçamento das famílias”, detalhou.

O aposentado goianesiense Almir Santos depende do programa. Ele retira 3 medicamentos de forma gratuita e compra outros com desconto para tratamento da hipertensão e tireoide. Mesmo assim, gasta mais de R$400 por mês e diz que se o programa deixar de oferecer todos os medicamentos que precisa, vai pesar no bolso. “Os remédios populares ajudam e muito, são todos muito caros, vai pesar em nosso bolso mais ainda”, pontuou.

Os cortes, que totalizam cerca de R$4 bilhões em todos os ministérios, foram justificados pelo governo como uma readequação do orçamento aos ajustes fiscais necessários. Apesar disso, o Ministério da Saúde assegurou que o programa Farmácia Popular não será afetado e que há orçamento suficiente para o seu custeio.