As justificativas para essa medida estão fundamentadas nas condições de saúde problemáticas frequentemente associadas a esses animais.

Goianésia - Dois projetos de lei estão em discussão na Câmara dos Deputados com o objetivo de proibir a criação e venda de cães braquicefálicos, caracterizados por possuírem focinho curto, como shih-tzu, pug e buldogue. Além disso, as propostas sugerem que a violação dessa proibição seja punida conforme a Lei de Crimes Ambientais, com pena de prisão de três meses a um ano, além de multa.

As justificativas para essa medida estão fundamentadas nas condições de saúde problemáticas frequentemente associadas a esses animais. Cães com focinho curto têm maior probabilidade de nascerem com a chamada Síndrome Braquicefálica, que afeta as vias respiratórias.

A médica veterinária Luana Borboleta ressalta que, em alguns casos dessa síndrome, nem mesmo intervenções cirúrgicas podem corrigir os problemas. "A gente acha que é só problema respiratório, mas não é. Outros problemas podem surgir, como problemas cardíacos secundários, dermatológicos das dobras, entre outros, que requerem intervenção veterinária e, em alguns casos, tratamentos crônicos", explicou.

Caso a lei seja aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo Executivo, os tutores atuais dessas raças não serão afetados. No entanto, para a veterinária, ainda há falta de informação entre as pessoas sobre as reais condições de saúde desses animais, e muitos tutores desconhecem o quadro crítico de saúde associado a cães dessas raças.

É importante ressaltar que em países como a Holanda, desde 2014, uma lei foi implementada proibindo raças de cães com focinho achatado no país. Este movimento internacional sugere uma crescente preocupação com o bem-estar animal e a saúde desses pets.