Goianésia- Mesmo antes de receberem o décimo terceiro salário, muitos brasileiros já têm o valor comprometido. Ao longo do ano, despesas extras, juros, parcelamentos e imprevistos acabam fazendo com que o trabalhador "conte" com o benefício antecipadamente, enxergando nele uma oportunidade de colocar as contas em dia.
É o caso do goianesiense Guilherme Alves, estudante de Agronomia, que planeja usar o 13º para quitar pendências e, se possível, reservar uma parte para o lazer. “O décimo terceiro, geralmente, eu uso para pagar contas. A gente sempre acaba comprando alguma coisa a mais e ficando devendo. Aí, quando o dinheiro entra, consigo pagar e, se der, guardar um pouco, uns 500 reais, por exemplo, para colocar na poupança. Tem gente que usa tudo em diversão, mas eu prefiro resolver minhas dívidas”, afirma.
Pesquisas recentes confirmam essa tendência: o 13º salário deve ser, em grande parte, destinado ao pagamento de dívidas, e não ao consumo ou investimento. Um levantamento da plataforma Meutudo revela que 53% dos brasileiros pretendem utilizar o benefício para quitar débitos. Já a Serasa aponta que 81% dos trabalhadores devem direcionar total ou parcialmente o valor para o pagamento de contas atrasadas ou faturas em aberto.
De acordo com a legislação trabalhista, a primeira parcela do 13º salário deve ser paga até 30 de novembro, e a segunda, até 20 de dezembro. Nesse intervalo, muitos veem a chance de reorganizar o orçamento antes da virada do ano. O trabalhador David Oliveira é um deles. “Geralmente, aproveito o 13º para pagar contas pendentes ou antecipar faturas. Também penso em investir, comprando algo útil para casa ou guardando um valor para fazer uma viagem mais adiante”, relata.
Para a maioria dos brasileiros, o décimo terceiro salário acaba funcionando mais como um alívio temporário das dívidas do que como um reforço financeiro real. Especialistas alertam que o ideal é planejar o uso do valor com antecedência, priorizando a quitação de dívidas com juros altos e, quando possível, separando uma quantia para emergências ou pequenos investimentos. O objetivo é evitar começar o novo ano no vermelho e, aos poucos, retomar o controle da vida financeira.




