
Goianésia - O prefeito de Ceres, Edmário Barbosa (União Brasil), protagonizou um episódio que rapidamente ganhou destaque nos bastidores políticos e gerou controvérsias, misturando acusações de "retaliação" com a justificativa de um "erro administrativo", conforme sua própria defesa. Em um dos seus últimos atos antes do fim da gestão, Edmário, reeleito em 2024, exonerou o vice-prefeito Dino Carlo Barreto Ayres (PRD).
O decreto de exoneração foi publicado em 18 de dezembro, mas revogado na última quinta-feira (26), com a justificativa de que o ato teria sido causado por um “erro do RH” na Prefeitura de Ceres. Apesar da parceria nas eleições de 2020, a relação entre os dois se deteriorou ao longo do tempo. Dino Carlo, inclusive, deixou a administração para apoiar Rafa Mello (PP), candidato da oposição, que ficou em segundo lugar nas eleições.
Após quase uma semana oficialmente afastado, Dino Carlo se mostrou indignado com a situação. "Nunca vi isso, nem de brincadeira", disse ele, acrescentando que tomará medidas legais e entrará com uma ação por danos morais contra o prefeito e o Município. Dino também afirmou que já havia movido ações por abuso político durante a campanha eleitoral, as quais estão prestes a ser julgadas. "Acredito que essa exoneração tenha sido um reflexo disso", declarou.
Enquanto Dino Carlo se prepara para buscar reparação na Justiça, o prefeito Edmário Barbosa insistiu que o incidente foi um "erro administrativo" e uma falha da equipe de Recursos Humanos. O prefeito revogou o decreto com um novo documento, onde explicou que a exoneração foi um “equívoco” e que o ato não teria validade jurídica, conforme as normas internas da Prefeitura. “O ato é nulo de pleno direito, não gerando qualquer efeito jurídico ou prejuízo”, afirma o texto do novo documento, tratando a exoneração como algo corriqueiro, como se fosse um procedimento rotineiro do RH.
Embora o prefeito tenha autonomia para nomear e exonerar servidores no âmbito municipal, a legislação estabelece que a nomeação do vice-prefeito ocorre por meio da diplomação realizada pela Justiça Eleitoral, o que torna o episódio ainda mais delicado.