Ex-prefeito esteve à frente da gestão de 2001 a 2008

Goianésia – Dando continuidade às entrevistas com os ex-prefeitos de Goianésia em celebração aos 70 anos do município, a RVC FM recebeu em seus estúdios nesta quinta-feira (29/06) Otávio Lage de Siqueira Filho, que esteve à frente da gestão municipal entre 2001 e 2008. "Quando eu era prefeito, fizemos a festa de 50 anos e tínhamos 50 mil habitantes. Agora, 70 anos com 73 mil habitantes, quer dizer, mil habitantes por ano de vida!", brinca.

"Goianésia é um bom ambiente para se viver, para se trabalhar, para empreender. Isso é pelo povo, pelo bom exemplo dos que atuaram em prol da cidade com muita seriedade", avalia o ex-prefeito.

"A gente vive aqui, então temos que contribuir. Isso sempre foi uma máxima do nosso avô, Jalles Machado, que participava da política como contribuição", conta, salientando o envolvimento político da família desde Machado, passando por Otávio Lage e chegando a ele e ao seu irmão, Jalles Fontoura. "Tivemos essa formação e fiz a minha parte para colaborar. Trouxemos muita estrutura, tivemos muito apoio dos nossos vereadores, deputados e do governador Marconi Perillo para que pudéssemos fazer uma grande obra a favor da nossa população", completa.

No início de sua gestão, foi feita uma reforma administrativa, reduzindo o número de secretarias de 13 para seis e foram feitos concursos públicos, além da criação de programas de carreira para os professores e outras estruturações para o funcionalismo público por meio da criação de um amplo arcabouço legal. "O funcionalismo público de Goianésia trabalha bem, trabalha muito. E a gente só conseguiu fazer tudo o que fizemos porque tivemos apoio, participação e a valorização desses funcionários", afirma.

Também foi feita uma audiência pública que levou ao recapeamento da Avenida Goiás, episódio polêmico pela retirada de mangubas antigas da via e pela cobrança dos comerciantes locais. "O projeto foi bom, foi aprovado, e fizemos o recapeamento que nunca tinha sido feito", conta. Outros trabalhos de asfaltamento e recapeamento foram feitos, totalizando 150 km, inclusive ligando a zona rural à cidade.

Outras obras importantes da época incluem o salto da coleta de esgoto de 28% para 100%, além da construção da estação de tratamento de esgoto e do aterro sanitário. "São obras que não dão voto, mas que dão saúde, que serviu para dar tranquilidade para as nossas crianças", conta, relatando que ainda se encontrava esgoto correndo a céu aberto na época.

Também foi feita a duplicação da Avenida Contorno, além de um novo trevo de acesso à Lagoa Princesa do Vale, além da abertura de diversas ruas: "Foram obras importantes de asfaltamento e recapeamento, nós fizemos quase 500000m² de recapeamento".

Na saúde foi consolidado e ampliado o Programa Saúde da Família, implementado na gestão anterior. "Foi uma coisa inovadora e que foi muito bacana porque a gente começou a tratar a doença preventivamente. Foi um programa bacana e Goianésia ganhou muito com isso", relata.

Durante esta gestão foi criado o Centro Cultural Berchiolina Rodrigues, prédio onde funcionava a prefeitura, que se mudou para o novo Paço Municipal. "Foi uma grande conquista para Goianésia que nos permitiu trazer muitos eventos importantes que movimentavam Goianésia e que colocaram a cidade no mapa cultural", avalia.

Na habitação, foram feitas mais de 1200 casas em diversos bairros, além da área de educação, com a construção de escolas e creches para atender os bairros.

Polo universitário

Otavinho conta que na sua época a única instituição de ensino superior presente no município era a Universidade Estadual de Goiás (UEG) e havia um desejo muito grande por parte da administração de tentar trazer mais entidades para Goianésia. "A gente tinha duas casas do estudante, uma em Anápolis e outra em Goiânia, que permitiu a muitos estudantes que não podiam, não tinham condições de morar em Goiânia, fazer o seu curso superior. Então a gente tinha essa vontade de fazer aqui um polo universitário".

Isso começou com a criação da Faculdade Betel Goianésia (Fabego), hoje Faculdade Evangélica de Goianésia (Faceg), feita em área da prefeitura doada à instituição de ensino. Isso viabilizou a vinda de outras faculdades, como a UniRV com o curso de medicina. "São construções na área de educação que permitem termos aqui uma mão de obra qualificada, uma mão de obra que produz e que tem técnica e conhecimento. Faz parte para o crescimento da cidade ter uma boa educação", avalia.

Para o futuro, ele destaca que a cidade precisa de uma nova Avenida Contorno, seguir investindo no polo universitário e resolver questões da infraestrutura, como o saneamento, para que o município continue crescendo.