Ex-prefeito geriu Goianésia na democracia e no AI-5

Goianésia – Dando sequência à série de entrevistas com os ex-prefeitos de Goianésia em celebração aos 70 anos do município, a RVC FM recebeu em seus estúdios nesta quarta-feira (28/06) Jalles Fontoura, que foi prefeito duas vezes, sendo a primeira delas antes da Constituição de 1988. "Goianésia é a maior cidade do Norte goiano e isso não é sorte. Isso é trabalho. A energia do povo de Goianésia é enorme", ressalta.

"Outra distinção é que no primeiro mandato o Brasil era uma ditadura, em pleno AI-5, enquanto o segundo foi na democracia, que foi outro padrão: o Brasil, após quase 500 anos, teve uma democracia implementada pra valer e isso tem um valor extraordinariamente grande, que repercute na vida, com a liberdade, por exemplo, o direito de divergir, o direito de contestar, o direito de ir e vir", salientou.

Esta primeira gestão foi entre 1977 e 1982 e Goianésia passava por uma rápida expansão. "Eu tinha assistido o Laurentino fundar Goianésia, tinha assistido Otávio Lage ser prefeito e ser governador do Estado, o que mudou a cidade, por exemplo, fez o acesso por asfalto de Goianésia para Jaraguá e Goiânia. Criou infraestrutura básica de esgoto, de água, de energia elétrica, de educação. Escolas como o colégio Jalles Machado. Foram todos feitos na no mandato de governador de Otávio lares que ele era, na verdade, um grande prefeito de Goianésia, sendo governador", conta.

Quando assumiu, ele conta que a infraestrutura já estava defasada e a área acabou sendo o que marcou aqueles anos. "Na minha época tinham 14 transformadores de energia para servias as casas. Naquela gestão a gente fez 45 transformadores. Multiplicamos várias vezes a infraestrutura, a parte de saneamento, de esgoto, construímos toda essa parte. Duplicamos a escola Jalles Machado, essas obras foram da prefeitura. Foi uma época de muita transformação. A gente recolocou a estrutura da cidade de tal forma que dura até hoje, né. Construímos 100 pontes para dar circulação no município, a estrada entre Goianésia, Cafelândia e Juscelândia foi toda remodelada. Foi um mandato muito rico", avalia.

Segundo mandato

Jalles voltou à prefeitura em 2013, muitas décadas depois de sua primeira experiência e em meio a um momento de recessão e crise no Brasil. "A gente fez um programa para Goianésia poder enfrentar essa crise nacional profunda. Até hoje, estamos em 2023, a renda per capita brasileira é menor que em 2012", relata. Ele relembra que o plano na época identificou que a cidade era muito dependente da produção da cana-de-açúcar.

Na saúde, foram feito investimentos na saúde, com a criação da faculdade de Medicina e a construção da UPA, da policlínica e do Credeq, este, infelizmente, ainda sem utilização. "A faculdade de Medicina mudou o perfil da cidade. Foi um impacto enorme", relata, mas destaca que é necessário ter um hospital-escola na cidade para que o polo universitário no município possa crescer.