Ex-prefeito abordou os principais desafios enfrentados por sua gestão

Goianésia – Dando continuidade à série de entrevistas com os ex-prefeitos de Goianésia em celebração aos 70 anos do município, a rádio RVC FM recebeu nesta terça (27/06) Gilberto Naves.

Assumindo a prefeitura pela primeira vez em 1993, o ex-prefeito lembra que um dos desafios encontrados foi o asfaltamento de Goianésia. "O asfalto se restringia muito ao Setor Central, onde havia um maior poder aquisitivo. Nós tínhamos um compromisso de não cobrar mais o asfaltamento e fazer com que os bairros também tivessem acesso a esse benefício. E aí vinha uma polêmica sobre a necessidade ou não de ter previamente uma rede de esgoto para poder se asfaltar", relembra.

Após um debate, foi decidido que era preciso fazer galerias pluviais, mas que o esgoto podia ser feito depois, permitindo assim que fosse iniciado um programa intenso de asfaltamento, promovendo ao menos uma via principal de acesso aos bairros asfaltada.

Outro desafio, conta, foi a habitação. "Havia uma demanda muito reprimida da questão dos projetos habitacionais. Adotamos o sistema mutirão, fazendo loteamentos, e conseguimos parceria com o governo do Estado para parte do material e o próprio beneficiário podia levantar suas casas", conta, destacando que foi um grande sucesso.

Outra frente encarada foi uma atuação intensa no setor social, por meio da construção de seis creches. Foi desenvolvido o projeto Menino Jesus, com oferta de cursos profissionalizantes para a juventude. "De toda essa memória, eu trago uma imagem muito positiva do que é a união de Goianésia em favor dos projetos municipais. A cultura da nossa cidade é de cooperação", avalia.

Naves relata que a administração não pôde contar com o Governo Federal devido à instabilidade na presidência com a passagem sucessiva de três presidentes em um período muito curto de tempo: Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. "Precisamos fazer muita economia e ter muita criatividade, sem poder contar com o Governo Federal que também enfrentava crises", relata.

Segundo mandato

Quando retornou à prefeitura, já em 2009, o Dr. Gilberto Naves encontrou uma Goianésia já em transformação e com uma realidade diferente daqueles primeiros anos pós-Constituição de 1988. A cidade está consolidada e crescendo, o que dirigiu a atenção do prefeito para o setor social e para a segurança pública, por meio, por exemplo, do projeto Anjos da Guarda.

O projeto atendia adolescentes em vulnerabilidade social da periferia da cidade, contribuindo para a diminuição da criminalidade. "Foi um programada revestido de muito sucesso com uma redução significativa nos índices de violência em Goianésia, que sempre esteve muito ligado com a questão das drogas. Quando assumimos a gestão, estávamos com um índice de homicídios alto em Goianésia. Naquele primeiro ano foram 37 homicídios. Quando fechamos, estávamos com 13, menos da metade", explica.

A questão habitacional também retornou, já que a cidade passava por um 'bum' imobiliário: "um lote que custava R$ 8 mil anos antes estava valendo R$ 30 mil", exemplifica. Isso levou a um projeto na Câmara Municipal para ampliar o perímetro urbano do município, incluindo com o traçado da nova Contorno. Além disso, a prefeitura fez a aquisição de diversos terrenos que mais tarde se tornaram loteamentos e bairros, dessa vez, parte com apoio do programa Minha Casa, Minha Vida.

Para o futuro, o ex-gestor só espera coisa boa: "eu tenho uma visão extremamente otimista, positiva, entusiasmada". Ele destaca o grau de infraestrutura e de bem-estar alcançado pela cidade, além de ter "uma sustentabilidade econômica invejável", e destaca como a cidade está fortalecendo seu polo universitário. "Nós já temos, além de todos os cursos presentes em Goianésia, que envolvem medicina, odontologia, direito, engenharia, agronomia, administração e tantos outros, mas nós temos também a possibilidade de, a curto prazo, termos um segundo curso de medicina. Então Goianésia também vai ter essa marca, esse eixo de desenvolvimento", aponta.