Goianésia- O frango brasileiro está reconquistando espaço no mercado internacional. Nesta semana, sete países , entre eles Argentina e Índia, suspenderam os embargos temporários às exportações do produto, que haviam sido impostos após registros pontuais de gripe aviária em território nacional.
Segundo o consultor de alimentos Alexandre Seva, a retomada é um passo estratégico para a recuperação do setor. “É um movimento importante, já havia uma expectativa de retomada significativa. A avicultura é um pilar fundamental da nossa matriz de exportações e tem grande peso na composição do PIB. Durante o período de restrições, estima-se que as exportações tenham recuado entre 20% e 30%, resultando em uma perda de aproximadamente 700 milhões de dólares em receita. Essa crise afetou diretamente milhares de empregos e comprometeu uma cadeia produtiva altamente integrada, essencial para o desenvolvimento econômico do país”, afirma.
Além de Argentina e Índia, Filipinas, África do Sul, Albânia, Japão e México também retomaram as importações de frango brasileiro. A decisão veio após o Ministério da Agricultura comprovar que os casos de gripe aviária foram isolados e restritos a aves silvestres, sem qualquer impacto sobre os plantéis comerciais. O Brasil, que ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de exportações de carne de frango, embarcou mais de 4,8 milhões de toneladas em 2024.
Para Alexandre Seva, mesmo diante de adversidades, o setor demonstra resiliência e capacidade de crescimento. “Crises também geram oportunidades. O agronegócio brasileiro, especialmente a avicultura, tem se destacado por altos padrões de biossegurança, inovação e rastreabilidade. Em momentos desafiadores como este, há uma natural evolução de processos, que permite não apenas a retomada de mercados perdidos, mas também a consolidação da liderança global do Brasil na produção e exportação de proteína animal”, destaca.
A reabertura desses mercados reforça a confiança internacional na qualidade sanitária do frango brasileiro e deve impulsionar toda a cadeia do agronegócio. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a expectativa é de que as exportações ganhem ainda mais força no segundo semestre, mantendo o Brasil na liderança mundial do setor.
