
Goianésia - O setor da construção civil em Goiás vive um momento de expansão. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de construtoras ativas no estado cresceu 30% nos últimos cinco anos, atingindo cerca de 2,5 mil empresas, o maior patamar desde o início da série histórica.
O crescimento foi impulsionado principalmente por empresas com cinco ou mais empregados e pela retomada do mercado após a pandemia. Entre os principais fatores que contribuíram para esse avanço estão o aumento de lançamentos imobiliários — como condomínios horizontais e empreendimentos de médio e alto padrão — e os programas habitacionais públicos.
“Nós temos também a contribuição dos governos federal e estadual nesse processo. O programa Minha Casa Minha Vida, por exemplo, teve papel importante nos resultados da construção civil em 2023, tanto no cenário nacional quanto estadual”, destaca Edson Vieira, superintendente do IBGE em Goiás.
Além do mercado imobiliário, as obras de infraestrutura também alavancaram o setor, com um aumento de 36% em relação a 2022. Entre os projetos que impulsionaram o desempenho estão a reforma de rodovias estaduais e a finalização da Ferrovia Norte-Sul, obras estratégicas para o desenvolvimento logístico da região.
Apesar do avanço no número de empresas e projetos, o salário médio dos trabalhadores do setor registrou queda. Em 2014, a remuneração correspondia a 2,85 salários mínimos. Nos últimos anos, o valor médio caiu para R$ 2.800, o equivalente a 2,14 salários mínimos, sem correção pela inflação. Isso representa uma redução de 25% no poder de compra dos profissionais da construção em dez anos.
O levantamento do IBGE também mostra que o número de trabalhadores formais na construção civil em Goiás teve um leve crescimento de 0,06% entre 2022 e 2023, alcançando cerca de 70 mil pessoas empregadas — o maior número desde 2014. No entanto, esse crescimento ficou abaixo da média nacional, que foi de 3,18%.