A descoberta ocorreu durante escavações destinadas à instalação de um sistema de drenagem

Goianésia - A restauração da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Jaraguá, resultou em uma importante descoberta arqueológica: um cemitério com mais de dois séculos de existência. Arqueólogos apontam que os restos humanos encontrados são provavelmente de africanos escravizados e negros libertos. A obra, iniciada em abril deste ano, é conduzida pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult Goiás), com um investimento de R$ 3,5 milhões, com previsão de conclusão para 2025.

A descoberta ocorreu durante escavações destinadas à instalação de um sistema de drenagem. Em novembro, foram exumadas 35 ossadas localizadas sob o calçamento externo, além de centenas de outros túmulos que foram identificados nas redondezas.

Lucas Araújo, arquiteto responsável pela obra, comenta sobre a importância de manter os aspectos históricos da igreja: “Ela tem mais de 250 anos, é um trabalho mais minucioso, que depende de um cuidado especial. Estamos lidando com um edifício histórico, cuja arquitetura não se faz mais, e o trabalho exige muito profissionalismo e dedicação.”

Fundada em 1776, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1960. Trata-se da terceira igreja construída em Jaraguá, sendo erguida pela irmandade de negros de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Durante as escavações, também foram encontrados fragmentos cerâmicos, metais e medalhas, que serão encaminhados para instituições de preservação.