"Contamos com os secretários municipais de saúde, equipes de vigilância e das salas de vacinas", conclama secretário estadual de Saúde, que alerta para risco da reintrodução de doenças que já estavam debeladas

Goianésia – A Campanha de Multivacinação está aberta em todos os 246 municípios goianos, com objetivo de sensibilizar pais e responsáveis a levarem as crianças e adolescentes aos postos de saúde para completarem o cartão vacinal. O secretário de Estado da Saúde, Sandro Rodrigues; o secretário municipal de Saúde de Goiânia, Durval Pedroso; e a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, foram ao Centro de Saúde da Família São Carlos, na região noroeste de Goiânia, para um alerta sobre a importância da vacinação.

"Temos, sim, o risco da reintrodução de doenças que já estavam debeladas, se não vacinarmos a população de uma forma mais global, atendendo o percentual técnico de 95% do público-alvo", esclareceu o secretário estadual da Saúde. Ele observou que essa meta deve unir os gestores do SUS, os trabalhadores da saúde e toda a sociedade civil.

Risco

O Brasil já convive com a reintrodução de doenças que já haviam sido erradicadas. Dois anos depois da concessão do Certificado de País Livre do Sarampo, com a circulação do vírus dessa doença e a transmissão por mais de 12 meses consecutivos, o Brasil perdeu essa certificação. De 2019 a 2020, foram 20 casos notificados em Goiás.

Também a difteria, que havia sido controlada, deixando de ser uma preocupação dos gestores de saúde, voltou a apresentar casos isolados. O último caso da doença havia sido notificado em 1998. Neste ano, foi registrado um caso da enfermidade, em Santa Helena de Goiás.

Com o vírus da poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, circulando em países da África e diante das baixas coberturas registradas nas crianças brasileiras, existe o risco do retorno dessa doença, prevenida com apenas duas gotinhas da vacina Sabin.

O Brasil não cumpre, desde 2015, a meta de imunizar 95% do público-alvo vacinado contra a poliomielite, patamar necessário para que a população seja considerada protegida contra a doença.

Mobilização

"Contamos com os secretários municipais de Saúde e equipes de vigilância e das salas de vacina. O Estado de Goiás lançará, nos próximos dias, uma campanha publicitária para informar os pais e envolver também os profissionais e gestores da Educação em torno dessa meta", adiantou Sandro Rodrigues.

Sarampo, tétano, difteria, poliomielite, tuberculose, coqueluche, meningites e várias outras doenças são prevenidas com vacinas seguras, testadas e usadas há mais de 30 anos com sucesso no Brasil.

As vacinas ofertadas gratuitamente nas unidades de saúde de todos os municípios goianos protegem contra várias doenças imunopreveníveis consideradas graves, que, não raro, podem deixar sequelas irreversíveis ou mesmo causar a morte.

Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES) mostram que, nos últimos anos, as coberturas vacinais de todas as vacinas estão bem abaixo de 95%, meta preconizada pelo Ministério da Saúde (MS) para garantir a proteção coletiva de toda a população infantil. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%.

O Governo de Goiás lança, na semana do Dia D da campanha – 20 de agosto –, campanha publicitária de cunho educativo a fim de alertar os pais e responsáveis sobre a importância da imunização. Com o mote Xô Dodói, a campanha vai mostrar que a saúde é um bem inestimável e que tem como objetivo prevenir várias doenças graves, mantendo a criançada protegida.