Inflação elevada faz preços de refeições matinais dispararem; variação pode chegar a 200%

Goianésia - O aumento da inflação tem impactado diretamente o bolso do consumidor, tornando o café da manhã fora de casa um hábito cada vez mais caro. Segundo a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, a variação de preços entre os estabelecimentos pode chegar a 200%, enquanto itens básicos como o café moído acumulam alta de mais de 60% nos últimos 12 meses. O trigo, que é importado, também ficou mais caro devido ao câmbio desfavorável, encarecendo pães e outros itens da refeição matinal.

A especialista em pesquisas de mercado, Mariana Rinaldi, destaca que o setor de alimentação é um dos principais responsáveis por pressionar a inflação: “Os alimentos são grandes vilões da inflação atualmente. Quando comemos fora, não pagamos apenas pelo alimento em si, mas também pelo serviço, preparo e o ambiente, o que varia muito entre os estabelecimentos. Isso explica as grandes diferenças de preços.”

Em Goianésia, por exemplo, a disparidade de preços é evidente. O café da manhã mais barato custa R$ 3,90, enquanto o mais caro pode chegar a R$ 20, algo que surpreende os consumidores. Mariana reforça a importância de pesquisar: "Os preços podem variar bastante dependendo do local. Quanto mais sofisticado for o ambiente, maior será o valor dos produtos."

Muitos moradores já sentem essa alta no bolso. Joaquim Ferreira, residente de Goianésia, desabafa: “Está cada vez mais difícil tomar café da manhã fora. Antes era uma prática acessível, mas com esses aumentos, virou um luxo.”

Além dos preços nas ruas, o impacto também é sentido em casa. O poder de compra do brasileiro caiu 10,4% em 2021, e os alimentos consumidos no domicílio, como café moído, frutas, carnes e legumes, registraram aumentos até maiores do que os praticados em bares e lanchonetes. Assim, o café da manhã, tanto dentro quanto fora de casa, tem pesado cada vez mais no orçamento das famílias.