Medidas visam proteger a economia e os beneficiários do programa social

Goianésia - Após a revelação de que beneficiários do Bolsa Família gastaram mais de R$ 3 bilhões em apostas em agosto, o governo tomou medidas para coibir essa prática. O ministro Wellington Dias afirmou que o projeto de lei que regulamenta as apostas prevê ações do Ministério da Fazenda, mas a implementação das medidas só deve ocorrer seis meses após sua publicação, prevista para janeiro de 2025. “Estamos explorando alternativas, uma delas é estabelecer um limite zero para o uso do programa social, como o Bolsa Família, em jogos ou plataformas de apostas. Também haverá um controle baseado no CPF”, explicou Dias.


Um relatório inédito do Banco Central revelou que, em agosto, beneficiários do Bolsa Família transferiram R$ 3 bilhões por meio de PIX para plataformas de apostas. O estudo mostra que a média de gasto por beneficiário foi de R$ 100 no mês, com 4 milhões dos apostadores sendo chefes de família, responsáveis por R$ 2 bilhões em transferências. O economista André Galhardo considera a reação do governo oportuna e alerta para os impactos econômicos negativos que o uso de benefícios em apostas pode gerar: “Isso pode afetar a economia do país, pois já se fala em aumento da inadimplência. As pessoas beneficiárias estão utilizando recursos destinados a obrigações mensais em jogos de azar.”


O relatório também indica que, ao todo, cerca de 24 milhões de brasileiros realizaram pelo menos uma transferência via PIX para empresas de apostas durante o período analisado. Esses números refletem a dimensão do envolvimento da população com jogos de azar no país, levantando preocupações sobre a segurança financeira das famílias beneficiadas pelo programa.