Goianésia - Um recente levantamento do Dieese revela um cenário preocupante para os trabalhadores brasileiros: a cesta básica está consumindo mais de 50% do salário mínimo. Esse aumento significativo no custo dos alimentos tem deixado muitos brasileiros com menos recursos para cobrir outras despesas essenciais, como aluguel e contas de água e luz.
A goianesiense Sônia Maria é um exemplo claro dessa realidade. Ela compartilha como a situação tem impactado sua vida cotidiana: “Eu tento economizar o máximo possível, mas, mesmo assim, o peso no bolso tem sido grande. No final das contas, o salário se torna insuficiente para arcar com todas as despesas do mês. Quem ganha apenas um salário ou até menos precisa procurar por promoções, tem que estar sempre pesquisando.”
O motorista Alaor Ferreira também expressa sua preocupação com a atual situação econômica. Ele enfatiza o desafio de manter todas as despesas do mês com o salário mínimo vigente: “Uma família com três filhos, que tem que pagar aluguel, água, energia e ainda se preocupar com o transporte, não consegue sobreviver com um salário mínimo. É cada vez mais difícil equilibrar as contas e garantir o sustento da família.”
Além desses desafios, o IBGE mostra que 60% da população brasileira vive com até um salário mínimo por mês. Quando comparamos o custo da cesta básica com o salário líquido, os trabalhadores acabam gastando 50,13% do salário mínimo apenas para levar alimentos à mesa. Mesmo com a queda no preço de alguns itens, o impacto no orçamento das famílias é considerável.
Leila Brito, economista do Dieese, detalha o impacto dessa realidade: “Embora tenhamos observado uma leve diminuição nos preços de alguns alimentos, o custo da cesta básica ainda representa uma parte significativa do salário mínimo. Esse cenário evidencia a dificuldade que muitas famílias enfrentam para equilibrar suas finanças e manter um padrão de vida digno.”
De acordo com o Dieese, o salário mínimo ideal para cobrir as despesas de uma família de quatro pessoas em setembro seria de R$ 6.606,13. Esse valor destaca a discrepância entre o salário mínimo atual e o custo real de vida, ressaltando a necessidade urgente de ajustes econômicos e políticas públicas eficazes para garantir uma melhor qualidade de vida para os brasileiros.