Ao longo de 2024, foram recolhidas cerca de 50 toneladas de defensivos ilegais, contra mais de 67 toneladas no ano anterior

Goianésia- O Brasil registrou uma queda de 25% na destinação de defensivos agrícolas ilegais em 2024, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (InpEV). O número representa um avanço significativo no controle, fiscalização e combate ao mercado clandestino desses produtos, que oferecem riscos à saúde pública, ao meio ambiente e à segurança alimentar.

Segundo o engenheiro agrônomo David Oliveira, as ações integradas entre governos e forças de segurança foram fundamentais para a redução. “As investigações e o combate ao uso ilegal de defensivos permitiram ao governo realizar grandes apreensões e desarticular quadrilhas envolvidas com o mercado ilícito, especialmente o de defensivos químicos. A queda no número de operações em relação ao ano anterior mostra que houve menor necessidade de intervenção, o que reflete diretamente na diminuição de produtos apreendidos e, consequentemente, destinados ao descarte correto”, explica.

O levantamento do InpEV mostra que, ao longo de 2024, foram recolhidas cerca de 50 toneladas de defensivos ilegais, contra mais de 67 toneladas no ano anterior. A maior parte desses produtos é oriunda de contrabando ou falsificação, com apreensões concentradas em regiões de fronteira e nos grandes polos agrícolas do país. A destinação correta — feita em centrais especializadas e autorizadas — envolve a incineração segura dos materiais, evitando contaminações.

Além da repressão, a conscientização do produtor rural tem papel central nesse processo. “O agricultor precisa entender os impactos negativos do uso de produtos sem registro. Comprar insumos com receita agronômica, nota fiscal e procedência comprovada é uma prática que protege o meio ambiente e garante a qualidade da produção. A recusa em aceitar produtos sem certificação deve ser parte da cultura agrícola responsável”, ressalta Oliveira.

Especialistas destacam que, embora os números indiquem progresso, o combate ao uso de defensivos ilegais exige vigilância constante, ações coordenadas entre os órgãos públicos e campanhas educativas voltadas aos produtores e comerciantes rurais. A sustentabilidade e a segurança da cadeia produtiva dependem cada vez mais da responsabilidade coletiva no uso de insumos agrícolas.